Trabalhadores de saúde de onze países latino-americanos apresentam altas taxas de sintomas depressivos, pensamentos suicidas e sofrimento psíquico, segundo estudo liderado pelas Universidades do Chile e da Columbia, nos Estados Unidos, com a colaboração da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), braço da Organização Mundial de Saúde (OMS) nas Américas.
O relatório, divulgado no início deste ano, mostra que de 14,7% a 22% dos trabalhadores de saúde dos países entrevistados (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Bolívia, Guatemala, México, Peru, Porto Rico, Venezuela e Uruguai) apresentaram sintomas que levam a suspeita de um episódio depressivo, enquanto de 5% a 15% dos trabalhadores afirmaram pensar em cometer suicídio.
O estudo ainda mostra que, em alguns países, apenas um terço dos que disse precisar de atendimento psicológico realmente o recebeu.
“A pandemia mostrou o desgaste dos trabalhadores de saúde e, nos países onde o sistema de saúde entrou em colapso, os profissionais sofreram com jornadas extenuantes e dilemas éticos que tiveram impacto em sua saúde mental. E a pandemia ainda não acabou. Portanto, é fundamental cuidar de quem cuida de nós o quanto antes”, disse Anselm Hennis, diretor do Departamento de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da OPAS.