Estima-se que 25-33% da população mundial seja acometida pela doença hepática gordurosa não alcoólica, também chamada de doença hepática gordurosa associada ao metabolismo. A esteatohepatite não alcoólica (EHNA) representa a forma inflamatória, a qual pode levar à fibrose avançada, cirrose e hepatocarcinoma, sendo uma das principais causas de transplante hepático. A EHNA era tradicionalmente entendida como uma patologia unidirecional progressiva, mas evidências recentes sugerem que a doença possa progredir e regredir com o tempo. A histologia hepática seriada é, na teoria, o método ideal para a avaliação da história natural da doença. Essa informação pode ser extraída da análise de dados de participantes de ensaios clínicos randomizados controlados (RCT) alocados em grupo placebo, os quais possuem biópsias pareadas e dados confiáveis de acompanhamento longitudinal.
Recentemente, Han Ng et al. conduziram estudo de metanálise de pacientes com EHNA pertencentes ao grupo placebo de diversos RCTs para examinar o efeito placebo e a história natural da EHNA, incluindo dados como índice de massa corporal, lipidograma, enzimas hepáticas e histologia.